quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

teimam...

Teimam porque teimam em querer que as coisas sejam diferentes do que são, mas não são, tudo é o que é, como se apresenta, as pessoas criam ideais e forçam ideias para se sentirem melhor, criam expectativas e vivem sem confrontar a realidade como ela é efectivamente, porque obviamente não é tão boa como gostariam, tão perfeita como gostariam...mas oiçam lá, há alguma coisa que seja perfeita? a rosa tem espinhos, todas as belezas têm agruras e todas as coisas feias têm algo de belo, é sempre assim, parece-me a verdade de la palisse, mas porque custa aceitar essa ideia? aliás porque se recusam a aceitar que somos todos imperfeitos, e com características muitas vezes horripilantes, que na maioria das vezes são ocultadas, manipuladas e floreadas para obviamente se esconderem as feiuras do que não conseguem mudar mas que obviamente não apreciam, que tal tentar mudar?
claro que não se consegue mudar a essência, mas conseguem-se algumas melhorias, claro apenas parciais ou contornos, mas é algo, e o esforço visivel é o suficiente para os outros valorizarem, não não ficam perfeitos, melhores mas nunca perfeitos, também confesso que se o fossem perdiam coisas com muita piada, os nossos amigos reúnem características que lhe reconhecemos com as quais nos identificamos, apreciamos, mas outras que nos fizeram muitas vezes questionar a amizade, mas a cedência, a aceitação fez-nos ficar, fez-nos perdoar, fez-nos tolerar, exactamente porque gostamos, porque estes têm defeitos mas são nossos, e nós também temos os nossos defeitos e portanto essa partilha, até o conhecimento de que eles existem é o suficiente para gerarmos laços de cumplicidade, de entendimento, de encontro de opiniões...


...apesar deste discurso que parece para os menos crentes negativista, não o é, nem o pretende ser, pelo contrário é claramente positivo, deixemo-nos de hipocrisias, deixemos de ser cínicos e vejamos claramente o outro e a nós como somos, não como gostariamos de ser, e nesse cenário além de libertador, é mais fácil entendermos e aceitarmos os outros também, e a felicidade advém de momentos, mas muitos mais momentos, pois vivemos o presente e os momentos com mais realidade, mais simplicidade e claramente com mais espontaneidade e nada melhor para usufruir do que sentirmos que o fizemos sem constrangimentos, sem frustrações e sem expectativas erradas.


Parece que divago com este discurso, ou que estou a pregar um sermão, não..longe disso, apenas estou a partilhar algo que me deslumbrou, algo que me elucidou, algo que me fez apreciar e encarar a vida, as pessoas, os momentos com outra postura, com outro encantamento, e apesar de ter perdido alguma ingenuidade, ganhei também o discernimento e perspicácia de ver as pessoas e o mundo de forma mais clara mais natural, e ver que apesar de imperfeitos somos quem somos com prazer, somos fiéis a nós e tentamos melhorar, mas sem angústias, tentamos fazer o nosso melhor e esforçamo-nos por tal...e quando o fazemos assim como nos podemos acusar a nós, e condenar? sou assim....e tu como és?




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